Com investimentos superiores a R$ 9 milhões, o projeto, apoiado pela Funetec, está presente em quatro estados do Nordeste levando água para o sertão
As águas do Rio São Francisco têm levado esperança e transformação não apenas às cidades margeadas pelo Velho Chico, mas aos municípios e estados beneficiados pela sua transposição, como São José de Piranhas, no sertão da Paraíba. É lá que vive a agricultora familiar e apicultora Damiana Bandeira, de 38 anos, mãe de três filhos, que desde 2017 mora em uma das Vilas Produtivas Rurais (VPRs) atendidas pelo Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF II), maior obra de infraestrutura hídrica do Brasil.
“Conheci o PISF pela associação de moradores na qual faço parte. Eu cheguei sem nenhum conhecimento e após o curso de formação oferecido pela Univasf comecei uma grande transformação não apenas na minha vida, mas em toda a familia”, disse Damiana.
Com investimos acima de R$ 9 milhões, o Projeto é uma iniciativa desenvolvida pelo Núcleo de Gestão em Projetos Sociais (NGPS) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Petrolina (PE), em parceria com o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) e atua na promoção da segurança hídrica e do desenvolvimento regional sustentável nos estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, atendendo mais de 800 famílias de agricultores.
A ação inclui a oferta de cursos de capacitação, a instalação de quintais produtivos e a implementação de práticas agroecológicas voltadas à produção sustentável de alimentos e à geração de renda. O projeto conta com a gestão financeira e administrativa da Fundação de Educação, Tecnologia e Cultura da Paraíba (Funetec).
O superintendente da Funetec, Rodrigo Barreto, destacou a importância dessa parceria na realização do Projeto de Integração do Rio São Francisco: “é muito importante para nós estarmos associados ao PISF, uma iniciativa que alcança mais de 840 pessoas em todo o sertão nordestino. Muito nos engrandece esse trabalho, pela confiança que a instituição tem em nós, para providenciarmos toda a logística necessária ao bom desenvolvimento do projeto”, afirmou.
A Funetec é autorizada pelos Ministérios da Educação (MEC) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para apoiar a Univasf em projetos de desenvolvimento em pesquisa e extensão nas áreas de educação, saúde, inovação tecnologia, meio ambiente e cultura, oferecendo todo auxílio necessário para que coordenadores, professores e bolsistas possam atuar com dedicação exclusiva sem se preocupar com o gerenciamento administrativo e financeiro, cuja função é da Fundação de Apoio.
CAPACITAÇÃO COM AULAS TEÓRICAS E PRÁTICAS
Damiana Bandeira conheceu o projeto em 2019, por meio da associação de moradores da VPR Quixeramobim, quando a Univasf iniciou o processo de capacitação oferecendo cursos teóricos e práticos. As formações priorizaram as instalações de hortas agroecológicas nos quintais das famílias, com a implementação de caixas d’água, mangueiras de gotejamento e encanações adaptadas, sob a orientação dos técnicos e especialistas da Universidade.
“A Univasf transformou literalmente a nossa visão quando ensinou à nossa vila, que possui 57 casas, como usar de forma correta as águas do Rio São Francisco. O projeto começou com nove casas e foi crescendo até alcançar todas as moradias da rua. Foi uma mudança compartilhada com todas as famílias, que gera impacto até hoje”, declarou a agricultora.
Damiana trabalha com a produção de quiabo, mamão, acerola, coentro, tomate cereja, pimentão, alface e insumos orgânicos, que após a colheita são comercializados, movimentando o comércio local. De acordo com agricultora, boa parte da produção é vendida para fora da Paraíba, ampliando ainda mais o alcance e os resultados do projeto. “Com a chegada da transposição, passamos a comercializar nossos produtos nas comunidades vizinhas e na Feira da Agricultura Familiar, aqui em São José de Piranhas. Pouco tempo depois, fechamos parcerias e começamos a enviar parte da produção para São Paulo, o que aumentou nossa fonte de renda”, complementou Damiana.
Damiana também atua como apicultora há dois anos, fruto da capacitação oferecida pela Univasf, sendo uma das poucas mulheres a exercer essa função.
“Ter a apicultura como profissão é mais um motivo de orgulho para mim, principalmente por ser um espaço dominado por homens. Eu aproveitei cada oportunidade que o projeto me proporcionou e, hoje, a apicultura se tornou mais uma fonte de renda para minha família”, afirmou Damiana Bandeira.
PISF NA PARAÍBA
Na Paraíba o programa atende seis Vilas Produtivas Rurais (VPRs) nos municípios de Monteiro, Cajazeiras e São José de Piranhas, onde foram implantados apiários, hortas e quintais produtivos, gerando desenvolvimento local, empregos e renda para a população.
A iniciativa dá a possibilidade das famílias de permanecerem nas suas propriedades rurais, retendo seus familiares que no passado eram obrigados a sair das suas casas, atrás de uma vida digna. Hoje, com a chegada das águas, essas pessoas conseguem se manter no território, produzindo alimentos para esse país que tanto precisa.
“É um projeto transformador que vem mudando a vida das pessoas e ainda vai mudar muito mais. Considero isso porque a água realmente é uma bênção, e o acesso à irrigação é uma importante ferramenta de transformação, tanto para o desenvolvimento regional quanto para a melhoria da qualidade de vida das pessoas”, destacou o professor da Univasf e coordenador do NGPS Leonardo Cavalcanti.
Ainda de acordo com o coordenador do programa, em breve, as Vilas Lafayette, em Monteiro, e Quixeramobim, em São José de Piranhas, localizadas no entorno do reservatório Boa Vista, na Paraíba, deverão receber a implantação dos lotes irrigados. A iniciativa deve expandir ainda mais o alcance do projeto levando em consideração sua atuação no Nordeste.
“O PISF é um projeto de grande alcance, que contempla quatro estados do Nordeste, devolvendo qualidade de vida a mais de 840 famílias que hoje desfrutam da infraestrutura das 18 VPRs entregues pelo MIDR. As vilas fazem parte do Programa de Reassentamento de Populações, um dos 38 programas socioambientais do projeto”, concluiu Leonardo Cavalcanti.
“Conseguimos alcançar famílias inteiras, levando educação, capacitação técnica, dignidade e recursos de toda ordem, para que possam trabalhar dignamente, produzindo alimentos de forma consciente e responsável. Esse é o sentimento de gratidão de todos nós, da Funetec, por participar desse programa que leva água e mata a sede de quem mais precisa”, finalizou Rodrigo Barreto.
TEXTO: Renato Britto
FOTOS: Ascom/NGPS e Acervo Pessoal
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